Cuiabá, MT – Um episódio tenso marcou a manhã desta segunda-feira no Contorno Leste, em Cuiabá, durante uma ação de reintegração de posse conduzida pela Polícia Militar (PM). O deputado estadual Wilson Santos (PSD) foi atingido por uma bala de borracha enquanto tentava mediar o conflito. A situação se agravou quando, acompanhado pelo deputado Valdir Barranco (PT), ambos se dirigiram ao Palácio Paiaguás buscando diálogo com o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) para encontrar uma solução pacífica.
Os parlamentares estavam no local tentando evitar que a situação escalasse. Wilson Santos expressou sua consternação com a violência: “O Estado está mandando fazer tudo isso. Tem criança perdida, tem gente que tentou se enforcar, e eu tomei bala de borracha.” As negociações pareciam encaminhar para uma suspensão temporária da reintegração, conforme acordo inicial com o tenente coronel Edilson, que comandava a operação. Contudo, o acordo não foi respeitado, gerando frustração e acusações de má-fé por parte dos deputados.
Valdir Barranco criticou a postura do oficial responsável, enfatizando a quebra da confiança e as promessas não cumpridas, o que, segundo ele, agrava a situação e a tensão no local. “Fizemos um acordo para suspender até 14h. O tenente coronel aceitou e depois voltou atrás”, lamentou Barranco. Além dos políticos, uma assessora também foi atingida, aumentando o número de feridos durante o confronto.
A área em questão já foi palco de confrontos anteriores, incluindo uma tentativa de reintegração no ano passado, que resultou em prisões e violência. O mandado atual foi emitido pela juíza Adriana Sant’Anna Coningham, da Segunda Vara Cível de Direito Agrário de Cuiabá, reacendendo as tensões em uma região marcada por disputas agrárias e sociais.
Este incidente sublinha a complexidade e os desafios enfrentados em operações de reintegração de posse, revelando a urgência de diálogos construtivos e soluções que conciliem os direitos à propriedade com a dignidade e segurança das pessoas afetadas. As autoridades envolvidas ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido, enquanto a comunidade aguarda respostas e a garantia de que conflitos futuros sejam resolvidos com humanidade e justiça.
O desenrolar desta situação será acompanhado de perto, já que ressalta importantes questões sobre a responsabilidade do Estado, o papel dos mediadores e o impacto de ações de reintegração de posse na vida das pessoas.
