Lula é aconselhado a manter cautela diante de conflito entre Israel e Irã

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo orientado a adotar uma postura de distanciamento seguro em relação ao conflito entre Israel e Irã, que escalou no último fim de semana após um ataque sem precedentes de Teerã contra território israelense. A declaração oficial do governo brasileiro evitou condenar a ação iraniana, gerando críticas da oposição e de grupos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.Em nota, o Itamaraty afirmou que o Brasil acompanha a situação com "grave preocupação" e pediu o fim imediato das hostilidades. Analistas avaliam que a crise representa um novo teste para a política externa de Lula, que busca equilibrar as relações com países do Oriente Médio e defender uma solução diplomática para as tensões regionais.Durante seus governos anteriores, Lula buscou estreitar laços com o Irã e outros países da região, defendendo o direito de Teerã de desenvolver um programa nuclear pacífico. Agora, diante da escalada militar, o ex-ministro Rubens Ricupero aconselha cautela ao presidente, alertando que, apesar do ataque iraniano ter sido mais "propaganda", a reação de Israel é imprevisível e preocupante.A posição do governo brasileiro reflete a tentativa de Lula de retomar o protagonismo do país como mediador de conflitos internacionais, mas sem se envolver diretamente em crises complexas. O desafio é manter o diálogo com todas as partes envolvidas, ao mesmo tempo em que defende o respeito ao direito internacional e a busca por soluções pacíficas.