O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso enfrenta um desafio hercúleo neste sábado (03.08), combatendo simultaneamente 22 incêndios florestais em diversas regiões do estado. A operação de grande escala mobiliza 151 bombeiros, apoiados por uma frota aérea e terrestre significativa, demonstrando a gravidade da situação e o comprometimento das autoridades em conter as chamas.
Em Cuiabá, o foco da ação concentra-se na região da MT-251, popularmente conhecida como Estrada de Chapada. Ali, 41 bombeiros estão estrategicamente posicionados em pontos críticos, incluindo a Ponte de Ferro, proximidades do Rodoanel e a região do Coxipó do Ouro. Esta distribuição tática visa maximizar a eficácia do combate às chamas.
O Pantanal, ecossistema de vital importância, não ficou imune à crise. Em Poconé e Cáceres, 36 bombeiros lutam contra quatro focos de incêndio, contando com suporte aéreo e maquinário pesado para construção de aceiros. A operação no Pantanal destaca-se pela cooperação interinstitucional, envolvendo desde a Secretaria de Infraestrutura até as Forças Armadas.
A Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, apresenta desafios particulares devido à sua topografia. Treze bombeiros realizam combate direto nas áreas acessíveis, auxiliados por recursos aéreos e terrestres especializados.
O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) desempenha um papel crucial, monitorando via satélite diversos focos de incêndio em todo o estado. Este monitoramento em tempo real permite uma resposta mais ágil e eficiente das equipes em campo.
A severidade da estiagem e a baixa umidade do ar têm sido fatores agravantes, facilitando a propagação das chamas. Diante desse cenário, as autoridades fazem um apelo à população para que respeite o período proibitivo e denuncie qualquer indício de incêndio através dos números de emergência 193 ou 190.
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) corroboram a gravidade da situação: entre sexta-feira e sábado, foram registrados 313 focos de calor em Mato Grosso, com maior concentração na Amazônia (140), seguida pelo Cerrado (106) e Pantanal (67).
Esta crise ambiental em Mato Grosso não apenas ameaça a biodiversidade local, mas também ressalta a importância de políticas de prevenção e combate a incêndios mais robustas. A mobilização atual dos bombeiros e demais órgãos envolvidos demonstra o esforço hercúleo necessário para proteger o patrimônio natural do estado, crucial para o equilíbrio ecológico da região e do país.