Cuiabá, MT – Carlos Alberto Gomes Bezerra, conhecido como Carlinhos Bezerra, foi detido novamente nesta quarta-feira, após a Justiça de Mato Grosso revogar sua prisão domiciliar. Bezerra, empresário de 57 anos, enfrenta acusações pelo feminicídio de sua ex-namorada Thays Machado e do namorado dela, William Moreno. A decisão foi tomada pela Primeira Vara de Violência Doméstica de Cuiabá, que determinou sua transferência urgente para a Penitenciária Central do Estado (PCE) ou para a Penitenciária Ahmenon Dantas, em Várzea Grande.
A medida judicial foi motivada pelo descumprimento de Carlinhos às condições de sua prisão domiciliar, incluindo saídas não autorizadas e o acompanhamento por seguranças armados, o que foi interpretado como um desafio às ordens do tribunal. "O comportamento do requerido demonstra um total desprezo pelas decisões judiciais, indicando que as medidas cautelares previamente impostas são ineficazes para conter seu ímpeto transgressor", afirmou a magistrada responsável pela decisão.
O advogado de Bezerra, Francisco Faiad, que também preside o MDB de Cuiabá, informou que prepara um pedido de Habeas Corpus para contestar a nova ordem de prisão. Faiad argumenta que aguardará acesso aos autos do processo para formalizar a defesa. Ele enfatizou a importância de uma revisão judiciária detalhada, considerando todas as nuances do caso.
O crime ocorreu em janeiro do ano passado, com Bezerra sendo preso em flagrante pela Polícia Militar logo após os assassinatos. Apesar de inicialmente receber prisão preventiva, sua condição de saúde debilitada havia motivado a conversão para prisão domiciliar em novembro, decisão essa que agora foi revertida pela justiça.
A decisão atual ressalta o desafio contínuo de equilibrar os direitos do acusado com a necessidade de proteção da ordem pública e a aplicação da lei penal. O caso segue gerando intensa atenção, dada a gravidade dos crimes e o perfil do acusado, filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra, presidente do MDB-MT. A comunidade aguarda os próximos desenvolvimentos, enquanto a defesa se mobiliza para responder à última decisão judicial.
A situação sublinha a tensão entre medidas de restrição judicial e os direitos individuais, particularmente em casos de alta gravidade que envolvem violência doméstica e homicídio. O desenrolar do caso será acompanhado de perto, tanto pelo impacto social quanto pelas implicações legais que apresenta.
