Lira e Padilha: tensão no ar, mas Lula aposta no diálogo para acalmar os ânimos

Lula busca apaziguar tensão entre Arthur Lira e Alexandre Padilha, apostando no diálogo. PT defende Padilha, enquanto Lira faz jogo duplo. Presidente mantém ministro, mas pode redistribuir atribuições.

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Lira e Padilha: tensão no ar, mas Lula aposta no diálogo para acalmar os ânimos
Foto: Valter Campanato - Presidente busca apaziguar relação entre Câmara e Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se empenhado para contornar a crise entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Apesar das críticas públicas de Lira a Padilha, responsável pela articulação política do governo, Lula deixou claro que o ministro permanecerá no cargo. A tensão entre Lira e Padilha se acumulou desde o início do governo Lula, com o presidente da Câmara demonstrando insatisfação com a articulação política conduzida por Padilha. O ápice da crise ocorreu durante a abertura do ano legislativo, quando Lira fez um duro discurso com recados ao Planalto.Em resposta, Lula tem apostado no diálogo para apaziguar os ânimos. O presidente prometeu organizar um "aperitivo da paz" entre Padilha e Lira para que possam discutir a relação. Além disso, Lula se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em um gesto de aproximação com outras lideranças políticas.O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou uma nota de solidariedade a Padilha, afirmando que os ataques de Lira comprometem a liturgia do cargo e ofendem a harmonia entre os Poderes. Padilha, por sua vez, tem evitado entrar em confronto direto com Lira, ressaltando que seguirá focado no diálogo e na relação positiva entre Executivo e Legislativo. Apesar da crise, líderes políticos avaliam que Lira usou o episódio para fazer um "jogo duplo" com parlamentares e governo. O presidente da Câmara busca se fortalecer politicamente e garantir a distribuição de emendas parlamentares, enquanto mantém abertos os canais de negociação com o Planalto.Lula tem reforçado a aliados que não pretende ceder à pressão pela demissão de Padilha, embora possa redistribuir algumas atribuições do ministro para Rui Costa. O presidente acredita que o diálogo e a construção de uma relação harmônica entre os Poderes são fundamentais para a governabilidade e o avanço das pautas de interesse do país.