O governo Lula espera uma reunião com a embaixada da Venezuela no Brasil após o presidente criticar o impedimento da candidatura de Corina Yoris, opositora ao chavismo, nas eleições de julho. Auxiliares de Lula têm mantido contato com representantes de Maduro e os avisaram sobre a mudança de postura.
A embaixada venezuelana sinalizou o desejo de uma conversa com o Planalto, e há expectativa de que o embaixador Manuel Vadell solicite formalmente uma reunião com o assessor especial Celso Amorim. O governo afirma que fará o possível para recebê-lo e que não há problemas na relação com a Venezuela.
Lula chamou de grave o veto à candidatura de Yoris, indicada pela líder opositora María Corina Machado, inabilitada a concorrer por 15 anos. O presidente declarou não haver justificativa política ou jurídica para proibir um adversário de disputar eleições, reforçando as críticas feitas pelo Itamaraty.
A resposta agressiva de Caracas sugeriu uma divisão entre a chancelaria e o Executivo. O Itamaraty expressou preocupação com o processo eleitoral venezuelano, marcando uma inflexão na postura de Lula em relação ao regime de Maduro. Outros sete países latino-americanos já haviam manifestado preocupação com o impedimento da candidatura.