Salvador, BA – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez um apelo veemente às mulheres conservadoras para combater a legalização do aborto, das drogas e a chamada "ideologia de gênero", em um evento promovido pelo Partido Liberal (PL) em Salvador, Bahia. A reunião, que ocorreu neste sábado, faz parte de uma série de encontros organizados por Michelle, que já contabiliza 17 eventos similares em diferentes estados, visando mobilizar o segmento feminino conservador para as eleições municipais de outubro.
Durante seu discurso, Michelle utilizou uma expressão local, “macetar”, para enfatizar a resistência contra as políticas que considera prejudiciais à sociedade. “É macetar a legalização do aborto, macetar a legalização das drogas. Vamos macetar essa ideologia de gênero do mal,” afirmou, marcando uma posição firme contra iniciativas que acredita serem impulsionadas pela esquerda.
O contexto político foi um ponto central em sua fala, mencionando o estado atual dos debates sobre a descriminalização do porte de maconha e do aborto no Supremo Tribunal Federal (STF), além de criticar as prioridades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e fazer alusões indiretas à primeira-dama Janja.
Michelle também compartilhou experiências pessoais, revelando ter enfrentado depressão durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, atribuindo o sofrimento à burocracia e à lentidão governamental que impediram o atendimento de demandas urgentes da população.
Além de incentivar o engajamento político, a ex-primeira-dama foi homenageada com a Comenda 2 de Julho, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa da Bahia, reconhecendo seu trabalho e influência política.
O futuro político de Michelle ganha contornos de especulação em meio à instabilidade da carreira política de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça. Rumores apontam que ela pode ser uma candidata potencial ao Senado pelo Paraná, numa eventual eleição suplementar, caso Moro enfrente cassação.
Os posicionamentos de Michelle Bolsonaro ressoam um chamado às bases conservadoras para se mobilizarem frente aos desafios políticos atuais, delineando o papel ativo que deseja que as mulheres conservadoras desempenhem no cenário político nacional, especialmente nas próximas eleições municipais.
