A Polícia Civil de Mato Grosso desferiu um golpe significativo contra o crime organizado na terça-feira (06.08), com a deflagração da Operação Cerco Verde. A ação, coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), resultou na expedição de sete mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão contra uma organização criminosa especializada no furto de defensivos agrícolas.
A operação, autorizada pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), abrangeu as cidades de Canarana (MT), Itumbiara, Rio Verde e Jataí (GO). Além das prisões, as autoridades determinaram o sequestro de bens e valores estimados em R$ 1,2 milhão, visando desarticular a estrutura financeira do grupo.
As investigações revelaram que a quadrilha atuava desde 2021, perpetrando furtos em diversas propriedades rurais de Mato Grosso, incluindo os municípios de Araguaiana, Ipiranga do Norte, Ribeirão Cascalheira, Canarana e Tapurah. Os crimes causaram prejuízos substanciais, com um único furto em Ribeirão Cascalheira resultando na subtração de produtos avaliados em R$ 864 mil.
O modus operandi do grupo envolvia um planejamento meticuloso, com membros da organização realizando reconhecimento prévio das fazendas-alvo. Interceptações telefônicas revelaram discussões sobre a logística dos crimes e a posterior divisão dos lucros.
Um aspecto notável da investigação foi a identificação de uma estrutura familiar no núcleo da organização. C.F.M., residente em Jataí (GO), foi apontada como a responsável pela organização e logística dos furtos, tendo recrutado seu irmão, F.F.M., para integrar o grupo. O marido de C.F.M., U.A.S., também desempenhava papel ativo nas operações criminosas.
A GCCO identificou sete integrantes principais do grupo, alguns com extenso histórico criminal em estados como Mato Grosso do Sul e Goiás. P.C.W., por exemplo, já havia sido preso anteriormente por crimes similares em outras unidades da federação.
O delegado Antenor Pimentel, responsável pela operação, destacou a complexidade da organização criminosa e sua capacidade de operar em diferentes estados. "Esta ação representa um marco importante no combate ao crime organizado no setor agrícola, um dos pilares econômicos de nossa região", afirmou.
A Operação Cerco Verde não apenas interrompe as atividades de uma quadrilha sofisticada, mas também lança luz sobre a necessidade de maior vigilância e cooperação interestadual no combate a crimes que afetam diretamente o agronegócio brasileiro.
As autoridades continuam investigando possíveis ramificações do grupo e alertam para a importância da colaboração dos produtores rurais na implementação de medidas de segurança mais rigorosas em suas propriedades.