Operação Infiltrados revela liderança familiar no tráfico de drogas em Rondonópolis

Operação Infiltrados desmantela organização criminosa em Rondonópolis liderada por irmãos. Tráfico de drogas em 21 bairros e ações assistencialistas foram usados como fachada.

· 1 minuto de leitura
Operação Infiltrados revela liderança familiar no tráfico de drogas em Rondonópolis
Foto: Polícia Civil-MT - Polícia Civil aponta que irmãos organizaram e monopolizaram a venda de drogas em 21 bairros.

A Polícia Civil de Rondonópolis deflagrou, nesta sexta-feira (27), a Operação Infiltrados, desmantelando uma organização criminosa liderada por dois irmãos que dominavam o tráfico de drogas na maior região do município, a Vila Operária. As investigações, iniciadas em 2022, resultaram em quatro inquéritos que detalharam a estrutura do grupo responsável pela venda de drogas em 21 bairros da cidade.

Os irmãos D.V.D.C., de 33 anos, e G.V.D.C., de 27 anos, chefiavam o tráfico em bairros como Itapuã, Primavera, Ipiranga e Vila União, entre outros. Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que, além de drogas, o grupo também realizava atividades como bingos, rifas e torneios de futebol, alegando fins assistencialistas para conquistar a confiança da comunidade. A suposta ajuda social, como a distribuição de cestas básicas, era uma estratégia para atrair jovens e crianças e disseminar a ideologia criminosa.

Além dos dois líderes, outras duas pessoas da família foram identificadas como parte do esquema. L.V.D.C., de 29 anos, preside a Associação dos Familiares e Amigos de Recuperandos de Rondonópolis (Afar), utilizada pela organização para expandir sua influência nas comunidades locais. Outra irmã, L.V.C., de 39 anos, também está envolvida no grupo criminoso. Os três irmãos foram alvos da Operação Reditus, realizada em 2018, e continuam com mandados de prisão preventiva em aberto por tráfico de drogas, associação criminosa e homicídio qualificado.

O delegado Fábio Nahas, responsável pela investigação, explicou que o grupo controlava o tráfico e também decidia sobre crimes como homicídios, extorsões e torturas, além de lavar o dinheiro arrecadado por meio de investimentos em estabelecimentos comerciais. G.V.D.C. ocupava uma posição de destaque, sendo responsável pela coleta de dinheiro proveniente das vendas de drogas na Vila Operária e em cidades próximas como Barra do Garças e Campinápolis.

As investigações demonstraram que os irmãos detêm o monopólio do tráfico de drogas na região e continuam exercendo influência significativa, mesmo após as prisões decretadas.