O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) classificou como "exagerada" a proposta que prevê a criação de seis novas cadeiras na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, ampliando de 24 para 30 o número de parlamentares. A mudança é decorrente do crescimento populacional apontado pelo IBGE, que deve elevar de oito para 11 o número de deputados federais pelo Estado — o que, conforme a Constituição, reflete diretamente na quantidade de deputados estaduais.
“Mais três já seria suficiente. Seis é exagero. Não vejo necessidade dessa ampliação. Embora o orçamento da Assembleia seja fixo, isso trará um enorme desafio administrativo”, avaliou o parlamentar em entrevista ao MidiaNews.
O projeto de lei que autoriza a ampliação já foi aprovado pelo Senado e aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, o presidente sinalizou que não deve sancionar a medida. Caso isso se confirme até o prazo final, em 16 de julho, a promulgação deve ser feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Durante a entrevista, Faissal elogiou a gestão da atual Mesa Diretora da Assembleia, presidida por Max Russi (PSB), e apontou que a renovação nas eleições de 2026 tende a ser baixa, devido à boa atuação dos atuais parlamentares.
Filiação ao PL e eleições de 2026
Faissal confirmou que deixará o Cidadania e se filiará ao PL durante a janela partidária de 2026. “Já participo das reuniões. Falta apenas oficializar. Sou de direita, defendo princípios conservadores e me identifico com o PL”, declarou.
Ele também defendeu que o partido tenha candidatura própria ao Governo do Estado e apontou o senador José Medeiros como um nome forte para disputar o Senado. Sobre alianças com o grupo do governador Mauro Mendes (União), não descartou, mas admitiu dificuldades em razão de compromissos políticos já existentes.
Gestão Abilio e Câmara Municipal
Aliado do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), Faissal considerou positivos os primeiros meses da gestão municipal, apesar das críticas. “O prefeito assumiu uma cidade endividada e evitou polêmicas que atrapalhem a população. As entregas devem começar a partir de 2026”, disse.
Ele também defendeu a atuação da irmã, a vereadora Paula Calil, atual presidente da Câmara Municipal. Rebateu críticas de que o Legislativo seria um “puxadinho” da Prefeitura: “Se for puxadinho, é do bem. Os projetos aprovados são positivos para a população. As críticas vêm de quem não tem o que dizer”, disparou.
Emendas e investigação
Alvo de inquérito sobre repasses de emendas à agricultura familiar, Faissal criticou a atuação da Delegacia de Combate à Corrupção. Ele considerou “leviana” a inclusão de seu nome no caso e apontou motivação política na investigação.
“Pegaram todos que enviaram emendas para a Pronatur e colocaram no mesmo saco. Isso democratiza o recurso público. Transformaram algo positivo em problema”, afirmou, acrescentando que irá reavaliar o destino de suas emendas em 2025.
Planos para o futuro
Questionado sobre uma possível candidatura à Câmara Federal, Faissal não descartou a ideia. “Primeiro vou me filiar ao PL. Depois, decidiremos os próximos passos”, concluiu.